Chadô
Chadô: A Cerimônia do Chá (Chanoyu)
Embora o termo Cerimônia do Chá seja de origem japonesa foi na China que o arbusto do chá foi descoberto, mais especificamente no sudoeste da China, nas províncias de Shichuan e Yunnan. Inicialmente a planta (da família das camélias) era utilizada como remédio, depois que curou o Imperador Chinês de um envenenamento com ervas.
O certo é que o chá já existia como mercadoria antes da era cristã. Através da rota da seda que saia da China o chá chegou aos países islâmicos e a Ásia central. Na Europa do chá chegou através das grandes navegações no sec. XVI com o nome de "té" (tea).
A árvore do chá é um arbusto que está sempre verde da família das camélias: existe o não oxidado (verde), o semioxidado, com folhas marrons amareladas e o oxidado (preto).
Existiram duas guerras no mundo que foram originadas do chá. A da independência dos Estados Unidos (incidente de Boston) e a Guerra do Ópio, entre Inglaterra e China, em virtude da Inglaterra não querer pagar o Chá em prata mas sim em ópio.
No Japão o chá foi introduzido inicialmente no século VII pelo monge Saicho (introdutor da seita budista Tendai), que foi estudar na China e trouxe as sementes que foram plantadas no sopé da montanha Hiei (atual Sakamoto). Porém, poucos anos após, foi suprimido o envio de emissários a China e fechou-se a importação do chá.
Em 1191 o Monge Eisai (introdutor da Seita Rinzai Zen) retorna da China após terem sido reestabelecidas as relações diplomáticas, trazendo sementes de chá que presenteia o prelado Myôe Shônin que plantou as sementes nas montanhas de Togano-o. Como o solo dessa região era propício ao cultivo teve-se produção de alta qualidade.
A partir dalí foi se estendeu em direção de Uji, Shizuoka, e depois por todo o Japão. Foi nos mosteiros Zen que o emprego da Cerimonia do Chá adquiriu importância. Alguns monges e discípulos, bons amigos, reuniam-se num aposento simples e bebiam chá verde em pó numa tigela comum diante da imagem de Buda. Durante essa reunião suas palavras, quando as proferiam, eram articuladas em voz baixa, e seu estado de espírito, embora sociável, era apropriado a meditação que predominava nos primeiros tempos do Zen. Eisai presenteou o Shogun Minamoto com seu livro sobre o Chá e a partir daí o Hábito de tomar chá foi muito difundido e os utensílios foram importados em grande escala da china.
Os monges eram os conselheiros do Shogun, e os procedimentos e formalidades da cerimônia foram estabelecidos segundo os ensinamentos do Zen Budismo. Por muito tempo os utensílios do chá eram bastante sofisticados e importados da China. O chá era fruído inclusive em grandes festividades. Após o tempo de abundância, seguiu-se, no Japão, tempo de escassez em virtude de guerras internas. Nesta ocasião um novo conceito se desenvolveu, a partir do monge Takeno Jôo, que foi o professor do Grande Mestre do Chá, Sen no Rikyu. Este conceito foi denominado Wabi (simples, empobrecido). Esse estilo veio a inspirar toda a cultura estética japonesa, prezando a simplicidade e intenção sincera de receber, em contrapartida da ostentação e riqueza das porcelanas chinesas e das grandes festividades do chá. A colher que era de metal foi substituída por bambu. Os vasos e os utensílios de marfim foram substituídos por madeira ou bambu.
Sen no Rikyu foi o maior mestre de chá que já existiu. Nasceu em Sakai e com vinte anos já era considerado um mestre de chá. Foi Chajin de dois dos maiores líderes do Japão, Oda Nobunaga e Toyotomi Hideyoshi, sendo este último responsável por seu sucesso e sua morte por Seppuku.
Seu neto Sotan, que continuou o legado da família Sen, foi um monge dedicado apenas ao Chadô. Teve quatro filhos sendo que três deles foram os responsáveis pelas maiores escolas de chá do mundo: Urasenke, Omotesenke e Mushanokoji Senke.
Sensei Angélica e Sensei Eduardo são discípulos da escola Urassenke. Em 26 de novembro de 2017, na cerimônia sotanki, receberam a licença (kyojo) na mesma escola Urassenke. Em novembro de 2019, Sensei Eduardo recebeu seu segundo kyojo.
Sensei Eduardo já apresentou a Cerimônia do Chá no Festival do Japão de Porto Alegre (agosto de 2018), nos III, IV e V Festivais da Cultura Japonesa em Nova Petrópolis (2019), no mini Festival da Cultura Japonesa do parque Snowland (junho de 2019), em no evento Sakura Matsuri de São Roque, em São Paulo (julho de 2019) e no Hatsudate em São Paulo (janeiro de 2020).